Estar ausente de pensamento…? Impossível, talvez nem a morte desligue o motor que nos capacita da realidade circundante, nem os fragmentos sem nexo que derivam numa fórmula incoerente chamada mente nos permitem parar algo que simplesmente nasceu para viver uma odisseia de ideias, imagens, palavras ou meras emoções para converter tudo num raciocínio simples e lógico na nossa perspectiva… A imaginação é algo que nos faz ver o mundo ou o que nos rodeia à nossa maneira, é a ponte do adormecido inconsciente para o nosso ser consciente, agora pergunto-me será que a mente é fruto da imaginação?
Vou viajar no meu mundo inconsciente e projectar a lógica inerente à cíclica reformulação de conceitos calculados no meu ser consciente, será que tenho que adormecer? Não definitivamente, sonhar acordado não é um dom, mas sim a libertação deste mundo corrompido, a revolução contra as fronteiras impostas pelo exterior que é faminto pelo nosso condicionamento, logo o ideal que descrevo no débito das minhas palavras não é uma imposição, mas sim uma mera e pura divagação…
Agora deixem-me sonhar...
Como um rio que corre, ou árvore que se agita ao sabor da brisa, nuvens que viajam deslizantes naquele manto azul, estrelas camufaladas pelo brilho do dia presente, desvendadas pela noite que parece ausente...sou como vento, invisível, intocável, meramente perceptível, sopro sem sentido, disparo em quatro direcções, posso estar em todo lado, posso ser aquilo que quiser, já não sou quem sou, já fui quem não era...como uma luz que me atrai, como um caminho trilhado que piso inalterado,como fogo ardente que cinzas não produz e seu brilho arrefece,como água no ar,gotas que não são chuva,água que não sente a terra,sitío onde velocidade não é pressa e onde estar parado não significa estar inerte...todos os momentos produzidos, incalculados, sem motivo ou razão, não sou pessoa ou matéria, não sou parte do palco ou da acção...sou espectador??Não...sou tudo o que falo, sou tudo o que não vejo, sinto ou imagino!
Ainda que acordado, solto do plano chamado realidade, observo o mundo admirado numa ponte mais alta que a mais longínqua constelação..ponte sim, essa ponte invisível que atravessamos do real para a imaginação e parei a meio para gritar palavras surdas, para vislumbrar projecções que ninguém vê,na escuridão de tal momento faz-se luz e num infinito tempo recordo que também eu sou filho do Pensamento...
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